O Banco do Brasil (BBSA3) está passando por um sufoco depois da divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025, que surpreendeu negativamente e levou as ações a sofrerem uma forte queda na bolsa.
Isso se deu em razão da piora na inadimplência do agronegócio e à implementação da resolução 4.966 do Banco Central, que obriga as instituições a provisionarem perda de crédito esperada, sem necessariamente ter sinais concretos de calote. Antes, os bancos só eram obrigados a fazer esse colchão no balanço após uma evidência de falha no pagamento.
No entanto, outro segmento entrou no radar do Safra como um possível novo vilão para o BB: os empréstimos para empresas.
“Acreditamos que o mercado está focando principalmente no risco do agronegócio, dado o recente agravamento evidenciado pelos dados do Banco Central. Ainda assim, pode estar negligenciando uma ameaça bastante relevante neste trimestre: o crédito corporativo”, apontam os analistas, em relatório.
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Novo problema para o Banco do Brasil?
Na visão dos analistas, as provisões ligadas a empresas podem se tornar uma fonte ainda mais significativa de pressão sobre os lucros no curto prazo e frustrar ainda mais as estimativas do mercado.
“O crédito corporativo já era um ponto de atenção, mas destacamos o novo índice de inadimplência acima de 30 dias divulgado pelo BB, que mostrou um forte aumento no primeiro trimestre e pode estar migrando para inadimplência acima de 90 dias no segundo trimestre”, ressaltam.
Com a adoção do novo modelo contábil de perda de crédito esperada, o agravamento da inadimplência de curto prazo tende a exigir um volume maior de provisões. Isso acontece porque, pelas novas regras do BC, os empréstimos com atraso de até 30 dias e aqueles com mais de 90 dias em aberto exigem um nível mais robusto de cobertura.
Nesse cenário, os analistas destacam um ponto importante: no primeiro trimestre, o Banco do Brasil provisionou apenas 40% do total da inadimplência formada no período.
Apesar disso, o Safra aponta fatores que podem mitigar o impacto, como amortizações, modelos de compartilhamento de perdas com o governo (como o Pronampe), garantias adicionais e o chamado curing (recuperação de crédito), que devem reduzir as perdas de crédito esperadas (ECLs) e evitar que o BB tenha que provisionar 100% da nova formação de inadimplência.
*Com informações do Money Times
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